Ontem vieram-me à mente, cenas das férias que na infância eu passava na fazenda com os meus primos, em Pernambuco. Não senti nostalgia - não como a que faz a gente querer voltar ao passado. Somente achei insólito que tudo aquilo tivesse mesmo acontecido. Talvez porque a minha vida tenha mudado muito desde então, pareceram-me momentos irreais. Estranhamente, me pareceram eternos também. Julguei a morte inconcebível, se não para todos os homens, com certeza para aqueles intrépidos meninos de engenho. Por isso, eu pensei de repente: dos lugares que podemos visitar neste mundo, a memória é o mais próximo da eternidade.